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terça-feira, 17 de julho de 2012

Ordem DeMolay Brasileira em luto

Nota de Falecimento


Grande Capítulo do Estado de Minas Gerais, na pessoa do seu Grande Mestre Estadual, e os demais Membros de sua Diretoria Administrativa vêm, através deste comunicado, lamentar o falecimento do querido, inesquecível amigo, Fundador da Ordem DeMolay no Brasil Tio Alberto Mansur.


Toda a Família DeMolay Mineira aproveitam para prestar solidariedade aos familiares do saudoso Tio Alberto Mansur. O GCEMG decretou luto oficial de cinco dias no Estado de Minas Gerais, em decorrência do falecimento do Tio Alberto Mansur. 


Tio Alberto Mansur faleceu na madrugada desta terça-feira (17) no Hospital Pasteur –Rio de Janeiro(RJ), onde estava internado.Comunicaremos posteriormente onde será o Velório, aguarde. Aos familiares do querido amigo Mansur, nossa total solidariedade e nossos sinceros sentimentos.


Luiz Eduardo de Almeida
Grande Mestre Estadual
Grande Capítulo do Estado de Minas Gerais


Alberto Mansur 1922 ±2012     
Alberto Mansur é mais conhecido como o fundador da Ordem DeMolay no Brasil no ano de 1985, mas é creditado a ele também a existência das ordens Estrela do Oriente e Filhas de Jó em território brasileiro. O carioca descendente de libaneses, nasceu em 07 de setembro de 1922, passou 14 anos no cargo de Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito e 20 anos no cargo de Grande Mestre do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil.


A Ordem DeMolay Brasileira, registra hoje uma grande perda. Figura forte, equilibrada e incomparável, Tio Alberto Mansur era presente nos eventos da Ordem DeMolay Brasileira. Apesar de idade avançada, o mesmo sempre se fazia presente em congressos, reuniões de capítulos com tamanha vitalidade e felicidade. Sendo assim um verdadeiro líder e amante da Ordem DeMolay. Tio Alberto se foi do mundo terreno, mas se encontra no Oriente Eterno conjuntamente com nosso Sherman Land e Jacques DeMolay. Juntemos em oração a esse guerreiro e vencedor, que o Pai Celestial conduza a quem nos concedeu um meio de conduta. Vai com Deus, tio Mansur! Obrigado! 


O Capítulo Sete Lagoas se encontra nesse momento em oração e rogando paz aos familiares.
  • Clique aqui e reelembre a participação efetiva do Tio Mansur no Congresso Estadual 2011.
  • Clique aqui e saiba mais sobre a trajetória e vida do Mestre e Eterno Tio Alberto Mansur. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cem DeMolays

De cada 100 jovens que ingressam na Ordem DeMolay, cinco se tornarão Mestres Conselheiros de seus Capítulos. E pelo menos um desses dirá mais tarde que ele valorizou essa experiência em sua escola ou faculdade.

Oito ou mais dos 100 iniciais terã pelo menos uma pós-graduação em alguma universidade. Muitos dos 100 encontrarão suas vocações através do seu envolvimento com a Ordem. A Ordem DeMolay tem produzido um bom número de homens que, após terem servido como 


Capelães em seus Capítulos, tornaram-se pastores, padres ou ministros. No percurso dessas mesmas linhas, diversos desses 100 DeMolays serão pela primeira vez apresentados a alguma forma de religião ao atender alguma igreja ou templo devido a um serviço prestado pelo Capítulo.


De cada 100 jovens que se tornam um DeMolay, trinta abandonarão no seu primeiro ano. Talvez isso possa ser interpretado como uma falha. Mas no futuro, a maioria desses se lembrará que já foram DeMolays e falarão bem do programa e das lições que ele ensina. De cada 100 DeMolays, raramente um aparecerá perante uma corte ou estará em débito com alguma lei. Na verdade, a Ordem DeMolay produz um grande número de advogados. E, apesar de ser desconhecida a taxa exata, muitos dos 100 se juntarão às Forças Armadas. 


Cada um dos 100 aprenderá algo na Ordem DeMolay e a maioria será beneficiado por causa de sua associação com a Fraternidade. Novamente as percentagens são desconhecidas, mas um número considerável daqueles 100 ingressará na Maçonaria. Dos 100 que se juntarem a Maçonaria, muitos serão líderes nas Organizações Maçônicas. Uma grande parte dos 100 vem de famílias sem um dos pais e vê em seus Consultores (Maçons) modelos positivos. Um de cada 100 será agraciado com a honraria Chevalier, a mais alta dada a um DeMolay ativo. Aproximadamente 16 dos 100 valorizará seu tempo na Ordem DeMolay de modo que voltarão à Ordem servindo como voluntário quando adulto. Apesar de apenas um de cada 1000 jovens americanos entre 13 e 21 anos já terem ingressado na Ordem, é interessante notar que muitos dos líderes da nação nas finanças, religião e política pertenceram a Ordem DeMolay na adolescência. Na verdade, 1 de cada 12 Governadores e 1 em cada 10 Senadores americanos é um Sênior DeMolay.


Cem DeMolays é igual à um grande número de líderes!


terça-feira, 19 de junho de 2012

Pela amizade...

Família: conjunto de pessoa da mesma raiz ancestral.

Irmão: filho do mesmo pai ou mãe; título dado a pessoa da mesma irmandade, confraria ou comunidade religiosa.

Amigo: aquele que temos uma afeição recíproca, que inspira simpatia e confiança.

Temos família (conhecida ou desconhecida, de sangue ou não), alguns temos irmãos, mas dentro desse universo poucos são os amigos comparados ao número de familiares e irmãos segundo a definição acima, por menor e incompleta que ainda seja essa definição. Nem todos somos amigos da nossa família ou dos nosso irmãos. Nem sempre damos valor aquilo que os outros nos dão em termos emocionais e afetivos. Nem sempre somos amigos de quem é nosso amigo, e nem sempre temos a amizade de quem somos amigos.

Cada ser humano é um espírito preso dentro de uma prisão corpórea que em seu estado consciente tende a procurar uma satisfação para o estado de estar vivo. Mas os sentimentos, sensações, fantasias, pensamentos, são coisas privadas e a cada um de nós pertence individualmente a experiência. Isso cria nossa estrutura corpórea, emocional e mental, e pelas vibração energéticas que atraímos ou afastamos as pessoas de nossas vidas, criando assim nossa família e irmãos, dentre esses criando alguns amigos. Como diria Aldous Huxley: "Da família à nação, cada grupo humano é uma sociedade de universos insulares", eu diria não cada grupo, mas nossa prisão corpórea é nosso próprio universo insular.

Na augusta Ordem DeMolay, da qual poucos procuram seu significado, temos uma cerimônia denominada Cerimônia das Luzes, uma das mais belas cerimônias. Toda toda redor do Altar, a cerimônia nos lembra sobre o momento da nossa iniciação aonde somos consagrados a cada uma das virtudes antes de nascer como DeMolays, e mais importante do que isso, mostra o perigo de apagar as virtudes dentro de nós.

Altar dos juramentos


Nosso universo corpóreo não é somente composto de matéria orgânica, mas também de emoção e mente, que emitem a todo o tempo vibrações de alto ou baixo nível. Quem nunca se sentiu mal ou bem ao entrar num lugar ou a apertar a mão de uma pessoa? Quantas vezes nos deparamos com pessoas se afastando da Ordem DeMolay após sua iniciação, ou após atitudes de más conduta na vida profana? Ao sermos iniciados somos marcados (literalmente) com marcas que nos dão acesso a essa entidade de energia que podemos chamar de Egrégora DeMolay. E a partir do momento em que as atitudes emocionais e mentais entram em conflito de vibração dessa egrégora, cedo ou tarde se afastam. Pois as energias tornam-se incompatíveis.
Esses que carregam as mesmas marcas que nós da iniciação chamamos de irmãos. E dentro dessa egrégora vão se aproximando aqueles cujo universos se assemelham em interesse, seja qual for. Ganhar cargos, querer ser dono do Capítulo, praticar a filantropia, estudar a ritualística... assim vão se simpatizando os universos de vibrações semelhantes e se formando as amizades com boas ou más intenções. Apesar da ritualística ser praticada em conjunto com 23 oficiais, continuamos isolados e isso nada pode mudar. As mudanças de atitudes que conduzem a maiores vibrações só nós mesmos podemos fazer. Como muito bem disse o Huxley, somos universos insulares.

Apesar desse pensamento, não devemos tirar uma conclusão de egoismo. Muito pelo contrário de egoísmo, essa visão nos enfatiza a importância de nos preocuparmos mais com todos os humanos, pois todos somos irmãos e da mesma família, por mais que não pareça termos um ancestral em comum. A partir do momento em que buscamos o centro do nosso universo, ao redor de que nossa vida gira, e conseguimos uma amizade e uma paz com nós mesmos, de que adianta se manter calado e isolado dentro do próprio mundo?

Filantropia em asilo
Enxergar que a vida tem valor e que nós temos valor de diante da vida, enfatiza nossa capacidade de tratarmos o outro melhor, de oferecer uma mão ajuda a um estranho, sem nunca esperar nada em troca. Conhecer nosso universo é se aproximar daqueles que possuem um universo semelhante e criar uma irmandade e uma amizade. Devemos considerar muitos como amigos, ainda que não seja recíproco. A partir do momento em que enxergarmos algo de especial no nosso universo, percebemos que o outro também tem esse especial, mesmo que ele mesmo não perceba. A amizade é algo além do plano material, portanto não tem raça, cor ou idade. Oferecer uma mão caridosa para além do seu universo é um ato de amizade, mesmo que desconheçamos a pessoa.

A egrégora DeMolay é fraterna e misericordiosa a quem a acessa, mas também é igualmente rigorosa. Nos dá oportunidades de fazermos o bem e os meios para que tudo aconteça, mas também nos ensina dolorosas lições quando deixamos de ser compatíveis com sua vibração.

Na cerimônia das luzes vemos o resultado do que é um DeMolay sem virtudes, é o Templo dos homens na escuridão.

Então o DeMolay que apresenta a cerimônia, no meio da escuridão, ascende o centro do altar, a virtude do Companheirismo, e nos relembra: "E no entanto, cada um de vocês, sendo um DeMolay, traz dentro de seu coração uma chama, um facho para lhe guiar através da escuridão. Se puder fazer esta luz brilhar sobre outra pessoa, se puder penetrar nas profundezas mais recônditas de sua alma e acender a chama que ali está, então aí reside o objetivo da Ordem DeMolay, ali está sua finalidade de viver."

O ascender dessa virtude no meio da escuridão é representar também a chama da amizade dentro de nós se expandido para fora do nosso universo.
Frank Sherman Land,
fundador da Ordem DeMolay
   Superar o individualismo e unir-se com os universo dos outros, é a amizade.       Se não unir, pelo menos oferecer a união. Assim como relembra a quarta virtude acesa no meio da escuridão. Não sermos amigos dos nosso irmãos, mas de todos que pudermos. "Se puder fazer esta luz brilhar sobre outra pessoa, se puder penetrar nas profundezas mais recônditas de sua alma e acender a chama que ali está, então aí reside o objetivo da Ordem DeMolay". Pois "irmão" pode ser um título a pessoas da mesma fraternidade, mas "amigo", é um sentimento, e é sobre a amizade que estamos falando quando é dito o objetivo da Ordem DeMolay.

   Amigo é aquele que fala a verdade, que quer o seu bem, mesmo que isso doa muito. Temos muitos exemplos de amigos no mundo, todos eles viveram suas vidas de maneira significativa e importante para todos nós. Pois quem é amigo salva a vida do próximo só por tentar unir esses universos separados por nossa prisão corpórea, e só pela Lei do Amor tal união torna-se possível. "Aquele que salva uma vida, salva todo o mundo", como diz o Talmud.

Provável verdadeira fisionomia de Buda
A primeira das virtudes DeMolay nos impõe a importância do amor, aos nossos pais. Há uma semelhança a tal ensinamento discutido no passado pelo Mestre Buda quando este relembrou aos homens que nosso primeiro mestre é nossa mãe, pois ela nos dá o primeiro alimento da sobrevivência, e se aos nossos pais não respeitamos, a ninguém mais conseguiremos respeito. E Buda, assim como Jesus e quase todos os mártires, foi compreendido por poucos, acusado por muitos, mas que dedicou sua vida ao sacrificou pela amizade aos homens, trazendo sabedoria e simplicidade à vida.

Exemplo de perfeita amizade é a mitologia grega de Damon e Pythias, que personificam a quarta virtude. Pythias, condenado injustamente a morte só deseja ver pela ultima vez sua família, o que lhe foi negado. Então Damon que presenciava o julgamento ofereceu sua vida como prova de que Pythias voltaria para o local onde seria sua morte após se despedir de sua família. Chegado ao limite da espera, Pythias reaparece provando a Damon o valor da confiança nele depositada. É então que o Rei que condenava Pythias percebe o erro que cometeria se apagasse injustamente a chama da mais nobre virtude de um homem que é a amizade e o companheirismo.

Em memória e pela amizade a nós daqueles que isolados em seu universo únicos conseguiram o expandir e ser amigos do mundo e mudar-lo, sem nem que nem tenhamos consciência. Krishnamurti, Budha, Ieshua, Hughes de Payns, Jacques DeMolay, Crowley, Madre Teresa, São Francisco, Ramakrishna, Jacob Boehme, Saint Martin, Gandhi, Pitágoras, Krishna, Frank Sherman Land, Louis Gordon Lawer... Que sejamos amigos e tenhamos amigos como eles tiveram, que seu exemplos e martírio pela amizade nos ajudem a combater a própria ignorância.
Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Louco que senta e espera a chegada da lua cheia.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só ombro ou o colo, quero também ser sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e a outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.
(Oscar Wilde)
Nem louco, nem são. Nem criança, nem velho. Maluco beleza.

Irmão Walt Disney

Petrópolis - RJ
14-Jul-2011, sol em Câncer, lua em Capricórnio.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sherman Land, Frank


"Se trabalharmos sobre o mármore, um dia ele se acabará. Se trabalharmos sobre o metal, um dia o tempo o consumirá. Se erguermos templos, um dia se tornarão pó. Mas se trabalharmos sobre almas jovens e imortais, se nós a imbuirmos com os princípios do justo temor ao criador e amor à humanidade, nós gravaremos sobre essas almas algo que brilhará eternamente. Daqui a cem anos pouco importará o quanto tenhamos acumulado no banco, que tipo de casa, palacete ou carro possuímos. Mas o mundo poderá ser diferente, talvez porque fomos importantes na vida dos jovens." - Frank Sherman Land.

Quando jovem, Frank Sherman Land, ainda não conhecia o Tao The KingLao Tse ou o I Ching, pouco difundidos no ocidente na época, porém é um exemplo de homem que desde criança seguiu o caminho que não pode ser melhor identificado do que com o Hexagrama 8 do I Ching, que significa Solidariedade, nem melhor descrito do que com o verso 49 do Tao The King. Como vamos ver durante toda a biografia desse homem e da história da Ordem DeMolay, Frank S. Land foi uma pessoa que não se limitou em transmitir, durante toda sua vida, a sabedoria e a bondade.

Hexagrama da União,
da Solidariedade.
"O sábio não tem coração estreito, inclui no seu coração o coração dos outros. Ele é bom com os bons e bom com os não-bons, porque seu íntimo ser só lhe permite ser honesto com todos.
Ele vive retirado, mas sua vida está aberta de para em par a todos os homens.
Os olhos e os ouvidos dos homens se voltam para ele, estupefatos.
Ele vê seus filhos em todos.
"


Lao Tse, sec IV a.C., antiga China.

No primeiro passo vimos o que levou Louis a procurar ajuda da maçonaria, e aqui vamos acompanhar os aspectos da infância de Frank S. Land até sua grande inspiração, que foi o encontro com esse garoto. Os fundamentos de sua vida que o levou a estruturar toda ideologia DeMolay e ser reconhecido como Pai ("Dad" em inglês, como era chamado) por milhares de jovens.

Frank, o Pequeno Ministro

Elizabeth Lottie em 1889 era uma garota de 15 anos dentro de uma família autoritária, e se apaixonara por um rapaz mais velho chamado William Sherman Land. Apesar da oposição de sua família, se casaram. No ano seguinte, no dia 21 de junho de 1890 em Kansas City no estado de Missouri, nascia seu primeiro filho, batizado com o nome Frank Sherman Land.

Já aos nove anos Frank S. Land possuía o dom da oratória, liderança que usava para incentivar seus amigos, tanto mais velhos como mais novos. Nessa idade pediu ajuda a sua mãe para iniciar uma "Escola de Domingo" que reunisse seus amigos nas tardes de domingo para que pudessem aprender sobre a Bíblia. Elizabeth reformou o porão de sua casa para atender ao desejo de Frank. Um ano depois a fama de Frank já havia se espalhado e ele era conhecido como o Pequeno Ministro. Não só seus amigos frequentavam o porão de sua casa, mas também estavam sendo acompanhadas por suas mães, que o escutavam atentamente. Nessa época a família Land morava em St. Louis no estado de Missouri.

Uma mãe expôs a Elizabeth toda a curiosidade de todas as outras mães presentes: como tudo isso havia começado? A resposta de Elizabeth foi: "Ele constantemente lê a Bíblia. Ele já a leu toda, possivelmente mais de uma vez. Ele pode citar capítulos de memória. Eu me pergunto sobre Frank, ele é muito interessado no que os outros meninos fazem. Ele brinca com os outros garotos, mas existe uma profunda parte espiritual nele que eu não consigo explicar."

Desde cedo Frank demonstrou seu espirito cuidadoso e companheiro, cuidando dos seus amigos e os instruindo através de histórias bíblicas, sobre o amor filial e sobre o patriotismo. Num de seus sermões no domingo a tarde, Frank compartilharia o ensinamento que em alguns anos se tornou a virtude central da Ordem DeMolay: "Amigos são muito importantes! Nós devemos ter amigos. Nós devemos partilhar com eles. Ajudar uns aos outros. Eu vou lhes contar uma história do Antigo Testamento sobre dois amigos, Davi e Jônatas". E assim começou seu sermão com tom profético, que aos seus 10 anos já implantava idéias de virtudes e cidadania a todos que os escutavam.

Dos 12 aos 21 anos

Assim como toda família, a dos Land também tinham problemas. Os desentendimentos e dificuldades cresceram ao nível de conflitos pessoais e a única solução foi o divorcio. William ficou na cidade de St. Loius e Elizabeth, que na época tinha Frank com 12 anos e a caçula Sissy com 7, voltou para sua cidade natal Kansas City para morar com sua mãe. Foi uma época perturbada para Frank, pois ele perdera sua figura masculina em uma importante parte do seu desenvolvimento pessoal, o que transformou o Pequeno Ministro em alguém recolhido e tímido, a ponto de dar a volta no quarteirão para evitar encontrar com as garotas de sua classe.

Nesse tempo de timidez de sua adolescência, Frank preenchia seu tempo com leituras que o fez conhecer e passar a aceitar a responsabilidade individual que cada ser humano possui, aprendeu o dever do jovem crescer e se tornar um "herói" honesto em meio a sociedade, e um de seus sonhos foi de se tornar um bombeiro. Seus autores favoritos eram Horatio Alger e G. A. Henty.

Em 1907 Frank, sua mãe e avô montaram um restaurante. As mulheres cozinhariam e Frank seria o administrador. No ano seguinte Frank entrou no Kansas City Art Institute (Instituto de Arte) por seu interesse na arte e na pintura, e nesse instituto expandiu seu conhecimento artístico adquirindo amor e apreciação por todas as formas de artes. E esse conhecimento cultural adquirido na juventude foi o que lhe garantiu um grande conhecimento e destaque dentro os ritos da Maçonaria.

Exemplo de brasão heráldico
templário.
Frank admirava secretamente Nell, uma menina do instituto. E certa vez Nell foi a Frank perguntar o que ele estava desenhando, e sua resposta foi: "Estou pintando um Escudo da Cavalaria", e explicou "Eu sempre fui interessado nas Cruzadas e nos tempos da história em que os cavaleiros lutavam em batalhas e resgatavam belas damas do perigo. Esse emblema que estou desenhando é do século quatorze. Foi nessa época que espadas foram sobrepostas por escudos. Era a época de ouro da Heráldica. Eu acrescentei um elmo também. Você sabia que os elmos só eram usados por cavaleiros, e só podiam ser usados nos brasões  das famílias de cavalaria? Você se interessa por isso?"

Assim começou seu diálogo com Nell, e uma semana depois Frank tomou coragem para convidá-la para tomar sorvete e conversar sobre escudos, espadas e a época da cavalaria. Mas nesse encontro, Frank nunca mencionou quaisquer desses assuntos, simplesmente perguntou a Nell quem era ela, e pedindo para ela falar sobre ela mesma. Três anos mais nova que Frank, descendente polonês, nascera em 5 de fevereiro de 1893 em Kansas City, batizada como Nell Madeline Swiezewski. Não demorou muito para os dois se sentirem bem juntos e iniciarem o romance.

Dessa maneira a família Land ia aumentando, pois a mãe de Frank, Elizabeth se casou com um rapaz um ano mais velho que ela em 1909. Dando a Frank uma nova irmã, Elizabeth Irene, que Frank chamava de "Princesa Irene", e que foi a grande inspiração materna que ele precisou para futuramente colocar o Amor Filial como a primeira das virtudes DeMolay por observar o amor de sua mãe com sua irmã mais nova.

Tomando conta do restaurante, de sua própria educação, e de Nell, Frank desenvolveu ainda mais seu senso de liderança e organização. No dia 21 de junho de 1911 ao chegar na maioridade, Frank recebeu o presente mais importante da sua vida de sua avó, através de algumas palavras e um envelope: "Frank, você agora tem 21 anos. Eu estou orgulhosa de você e do que você fez. Seu avô era Maçom. Eu ficaria feliz se você se unisse a Fraternidade que ele tanto amou. Em sua memória, e como um presente meu, você achará nesse envelope o dinheiro necessário para apresentar uma petição para ingresso na Maçonaria. Faça como seu coração ordenar, mas me agradaria muito ver você fazendo isso."

Encontro com Louis Gordon Lower

Sua petição foi aceita na Ivanhoe Lodge 446 (clique aqui para ver a Loja no Google Street View) e sua iniciação ao Grau de Aprendiz aconteceu no dia 25 de maio de 1912. Alcançando o Grau de Companheiro em 17 de junho do mesmo ano, e alguns dias depois já tinha autorização para ser exaltado ao Grau de Mestre Maçom, cerimônia ocorrida no dia 29 do mesmo mês.


Uma nova porta foi aberta para Frank S. Land, que ao iniciar na maçonaria percebeu que havia encontrado algo a mais, algo que sempre procurara. A Maçonaria proveu meio que ele pôde expressar seu amor aos seus novos irmãos, sua compaixão aqueles que se encontravam em dificuldade, e sua vontade de ajudar seus companheiros, tudo através das lições aprendidas nos três graus simbólicos da maçonaria. Dessa maneira sentiu vontade de entrar em todos os grupos e ritos que tivesse acesso para absorver seus ensinamentos e filosofias. Começou a cavalgar os graus do Rito de YorkRito Escocês Antigo e Aceito, se tornando Grau 32 no Kansas City Scottish Rite, e participou do Ararat Temple se iniciando no Ancient Arabic Order of the Nobles of the Mystic Shrine, dentro de alguns anos alcançando todos os graus e recebendo diversos cargos dentro dos ritos. É importante relembrar que Frank sempre esteve em destaque apesar de sua jovem idade dentro da Maçonaria devido aos estudos que fez durante sua juventude e pelo seu interesse em ajudar o próximo.

Se casou com Nell no dia 15 de setembro de 1913. Em 1914 Frank recebeu uma nova oportunidade e precisou da ajuda de Nell para tomar essa decisão, que era de vender o restaurante e dedicar-se em tempo integral a se tornar administrador e secretário em um novo projeto no Templo do R.E.A.A. Ao invés de insegurança com o futuro, Nell mais uma vez contribuiu para que as coisas na vida de Frank tomassem um novo rumo: "Frank, aceite essa oferta. Assuma esse trabalho. Você nunca será feliz enquanto não achar meios de servir as pessoas. Acredito que isso abrirá um novo mundo para você. É o limite da sua vida de trabalho. Eu sinto que disso virá uma grandeza para você e para os outros". E como uma profecia, entre 1914 e 1919, Frank trabalhou em projetos que o incentivaria a criar a Ordem DeMolay, só precisando de mais um empurrão, que viria a seguir.

Em janeiro de 1919 Frank recebeu uma ligação de San Freet, Primeiro Vigilante de sua Loja Mãe, Ivanhoe 446, com um pedido: "Um de nossos membros, Elmer E. Lower, que foi iniciado ao grau de Companheiro, morreu ano passado, acredito que no dia 3 de janeiro. Ele deixou sua esposa e quatro filhos que agora estão entre seis e 17 anos. A mãe tem feito um grande trabalho para sustentar a família. Ela achou um emprego como inspetora no hospital, mas isso não é suficiente para sustentar a família.Você conseguiria achar um emprego de meio expediente para o garoto, Louis? Ele é um dos melhores jovens que eu já conheci."

Assim aconteceu a fundação da vida de Frank. Sua dedicação a vida religiosa o fez ser uma pessoa carismática e profética desde criança, estudando simbolismo bíblico, conhecendo a cultura medieval, e adentrando nos estudos e ensinamentos dos diversos graus da maçonaria que concretizaram e expandiram ainda mais todo seu conhecimento e interesse. Junto ao seu amor a Deus, a pátria, ao próximo, e o ao amor materno, dentro de alguns meses iniciou um projeto para mudar para sempre a vida de Louis e de mais oito de seus amigos.

É dever de um DeMolay conhecer o Pai e o objetivo de sua Ordem. Aqui conhecemos o caráter e um pouco da jornada desse homem. Conhecer nos faz pensar e refletir sobre nosso propósitos, valores e verdadeiros objetivos. No próximo passo veremos o nascimento do nosso tesouro, o Ritual dos Trabalhos Secretos.

Em homenagem a Frank Sherman Land, o homem que com sua bondade e sabedoria mudou, muda e continuará mudando, a vida de milhares de jovens. O Pai da Ordem DeMolay que hoje completa 100 anos de maçonaria.


N.N.D.N.N.

Leonardo Cestari Lacerda
Petrópolis - RJ
25 de maio de 2012, asc. em leão, sol em gêmeos, lua em câncer

domingo, 17 de junho de 2012

Um primeiro passo na história da Ordem DeMolay

É difícil para nós percebermos ou compreendermos o porque de algumas coisas acontecerem. A verdade é que não podemos compreender em sua totalidade (pelo menos não enquanto na Terra) a realidade do sofrimento dos homens, a realidade de uma vida que nos é tirada prematuramente. Podemos ter Fé em que existe algo maior por trás de um acontecimento de dor e desastre. Mas parece que não termos controle, e não adianta o quanto tentemos, nos é impossível entender e compreender o sofrimento e sua causa e significado em totalidade.

A única verdade absoluta que podemos tirar do sofrimento é que ele nos ensina grandes lições. São os momento de dor, e não de alegria, que nos deixam realmente fortes se conseguimos tirar aprendizado deles. Quando deixamos nosso egoismo de não aceitar o que aconteceu de lado e conseguimos aprender com a realidade que passamos, o que parece um mal sem explicação torna-se uma grande riqueza e força. Essa é nossa primeira instrução quando vamos estudar a história da Ordem DeMolay, pois é com a morte de um pai de família, deixando sua esposa e quatro filhos, que começa nossa história em 1918 da era Cristã, quando o sonho de um homem se junta com a esperança de um menino.

Em 3 de janeiro de 1918 morria Elmer E. Lower. Pai dedicado a família, iniciado na maçonaria alcançando o grau de Companheiro, esse homem, assim como muitos na cultura americana, tinha o esporte de sair pelo seu país para caçar. Em uma dessas caças Elmer escorregou por um desfiladeiro e machucou uma de suas pernas, a mesma perna que machucou quando era um garoto e que lhe causou problemas durante toda sua vida. Foi internado no hospital com um quadro de infecção que os médicos não conseguiram interromper. Vindo a falecer algum tempo depois.

Louis Gordon Lower
O filho mais velho de Elmer nasceu em 2 de fevereiro de 1902, seu nome era Louis, um ano após a morte do seu pai ele precisou procurar um emprego para ajudar nas despesas da família. Sua mãe trabalhava num hospital e se esforçava para criar os filhos e manter a família unida. Louis mesmo com dificuldade financeira e o rompimento da relação física com seu pai, não deixava de se empenhar para ajudar em tudo que lhe fosse possível em casa. Aos 17 anos já era um rapaz com grande espírito de honestidade e liderança, que apesar das dificuldades não pensava em deixar os estudos de lado. Foi essa determinação que fez o Primeiro Vigilante da Loja Ivanhoe, San Freet, auxiliasse Louis a procurar um emprego para ajudar sua família.

San Freet faria então uma ligação ao homem chamado Frank Sherman Land. Do encontro entre Louis e Frank muita coisa aconteceu. E então percebemos como acontecimentos distintos se tornaram o que hoje é a Ordem DeMolay e veremos como as Engrenagens do Tempo giram, guiando as pessoas que estão dispostas a seguir seus objetivos. 

9 é o número da Fundação, onde as coisas acontecem antes de se tornarem visíveis. É o primeiro dos veis a ser levantado quando queremos entender a origem, o sentido e o propósito das coisas. Aqui vimos como foi a Fundação para que Louis fosse preparado e as lições que ele aprendeu para que estivesse apto a encontrar Frank Sherman Land, de quem falaremos no próximo post.

"Coincidência e a maneira que Deus encontrou para permanecer no anonimato."
Einstein.


n.n.D.n.n.

Leonardo Cestari Lacerda
Petrópolis - RJ
28 de dezembro de 2011, ascend. em Peixes, sol em Capricórnio, Lua em Aquário.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A Ordem DeMolay e a Tragédia do 11/09 nos EUA

Contribuiu para a postagem:


completamente retirado de: Blog Memórias da Ordem


Ás vezes quando penso sobre os objetivos do “Memória da Ordem” noto que a história de nossa Ordem como um todo está repleta de passagens e episódios nos quais muitas vezes nem imaginamos mas a Ordem se fez presente. Ao redor do mundo e em todos os países que tem Capítulos DeMolay com certeza podemos ter exemplos dos mais dignos e grandiosos Irmãos e Tios portadores de nossas virtudes. Pensando nisso,hoje decidi fazer uma postagem sobre um episódio ocorrido nos EUA quando da ocorrência dos trágicos ataques às Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 2001 e como a Ordem DeMolay deu sua parcela de contribuição e representação na ajuda aos feridos bem como de que forma perdemos Irmãos nesse dia sombrio.


Pois bem, vamos lá...Esse ano o maior ataque terrorista da história completará 10 anos. Com certeza todos que prestaram atenção a amplitude do ocorrido devem lembrar exatamente onde estavam e o que faziam naquele dia. Eu lembro que tinha a época 13 anos e havia acabado de chegar da escola. Liguei a TV como de costume e sentei na cama de meus pais enquanto esperava o almoço para voltar a aula a tarde. Parei para ver aquele noticiário que não saia do ar, nem tinha intervalo, nem nada, ainda sem entender direito. Não estava passando desenho e eu sem entender o mínimo ainda. Em um assisti aquilo que aparentava ser um pequeno avião colidir com a segunda torre do World Trade Center, com transmissão “AO VIVO” na TV. Eu achava que era um replay quando na verdade era em tempo real. Estava ocorrendo naquele exato momento o maior ataque terrorista que da história do mundo moderno.Mal imaginavam os DeMolays brasileiros que em Nova York, há milhares de quilômetros do Brasil, uma pessoa testemunhava de forma presencial a tragédia e lutava para salvar o maior número de vidas possíveis.
 Estava eu outro dia vendo sites da Ordem DeMolay nos Estados Unidos e me deparei com o site da Ordem DeMolay no estado de Nova York. Lá tinha uma carta do Mestre Conselheiro Estadual de Nova York, Irmão Michael A. Hernandez. Nesta o referido Irmão falava de uma campanha em prol da construção do Memorial e Museu do 11/09. Pedia então o engajamento dos membros e Capítulos da Ordem DeMolay do estado de Nova York com a doação de pelo menos 1000 dólares.
A Campanha por si só já justifica o apoio mas a Ordem DeMolay deveria apoiar também por um motivo em especial, o qual ele cita na carta. Naquele fatídico 11 de setembro todas as forças policiais e de bombeiros que puderam ser direcionadas no salvamento das vítimas foram em direção ao World Trade Center. Ninguém sabia ainda de fato o que havia ocorrido mas pessoas estavam feridas e precisavam de ajuda, isso só já bastava para o envio, algo louvável.
Nas palavras dele, os oficiais e militares que ajudavam eram pessoas comuns resolvendo uma situação totalmente incomum. Uma dessas pessoas comuns era um bombeiro de Nova York  que se chamava Michael H. Haub. Relata o Irmão Hernandez que este não era apenas mais um membro do Corpo de bombeiros de Nova York mas também era um Senior DeMolay, Past-Mestre Conselheiro do Capítulo Nassau, em Long Island.O Irmão Michael Haub nascera no dia 13 de junho de 1967 em Hollies Queens – Nova York e cresceu em Mineola, no Condado de Nassau, Long Island. Em 8 de agosto de 1999, já como membro do Corpo de Bombeiros de Nova York, passou 12 semanas em um treinamento rigoroso na Academia. Como parte do treinamento, o qual expõe novos bombeiros a desafios únicos no trabalho em diferentes partes da cidade, o Irmão Haub foi transferido em janeiro de 2001 para um quartel no centro de Nova York. No coração da Times Square. O Irmão Haub era um dos 17 bombeiros e oficiais estavam voltando da folga e não poderiam fazer “ouvidos de mercador” em grito de sua cidade para obter ajuda, ele e seus amigos deixaram o quartel naquela manhã para o que viria a ser o seu alarme final, estiveram entre as primeiras equipes a chegar ao local do desastre para socorrer e salvar os feridos.

 Irmão Michael Haub

Quando as Torres começaram a ruir não houve tempo para que ele saísse junto com sua equipe. Sendo assim acabou, infelizmente,sendo um dos  343 bombeiros e oficiais que morreram com o desabamento das Torres Gêmeas naquele dia, além de ser um dos 343 bombeiros que ajudaram a re-definir a palavra “HEROI”.Deixou esposa e dois filhos. Postumamente foi premiado com a Legião de Honra Ativa.
O heroísmo expressado por esse Irmão não pode externado em palavras. Foi em memória a ele e a sua família o Gabinete do Mestre Conselheiro Estadual de Nova York desenvolveu uma campanha de apoio a construção do Memorial e Museu do 11/09, relata o Irmão Hernandez. Diz ele que qualquer contribuição ao memorial será bem vinda e que a Ordem DeMolay tem o potencial de ultrapassar em muito os mil dólares, relata. O memorial do 11 de setembro relembrará a honra de mais de 3 mil pessoas que morreram no ataque.    
Além do Irmão Haub, mais dois DeMolays foram vítimas do ataque naquele dia, os quais são Edward Thomas Earhart, estava no Pentágono, era Suboficial de 1ª Classe da Marinha dos EUA e foi Mestre Conselheiro do Capítulo “Cave Run”, no estado de Kentucky, bem como o Irmão Jon Vandevander, o qual era corretor e trabalhava no WTC, também Past-Mestre Conselheiro do Capítulo C. Metzger e Chevalier. 
  
Que jamais esqueçamos de episódios como estes, só assim lembraremos como alienações podem fazer com que o homem se destrua por si só.

A memória de todos os herois que lutaram para tentar fazer do mundo um mundo melhor.

E foi assim que a Ordem DeMolay perdeu um de seus membros mas ganhou um verdadeiro herói na sua história. O dia foi 11 de setembro de 2001, há quase 10 anos.



Nota: O Blog do Capítulo Sete Lagoas parabeniza o Blog de Sítio: www.memoriadaordem.blogspot.com por seu Conteúdo completo e repleta de ''causos'' interessantes sobre a Ordem DeMolay.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

PED: A Origem do Tronco da Solidariedade e o Hospitaleiro DeMolay

O Tronco da Solidariedade tem precedentes medievais. No início da Idade Média, muitas populações que não desejavam trabalhar como vassalas organizavam-se em pequenas sociedades. Porém, como o direito a terra lhes era vedado deviam encontrar locais que, simultaneamente, não fossem de interesse de algum senhor e fossem de difícil acesso, como forma de proteção. Assim, pequenos povoados se formavam no interior de florestas.

O sistema comercial predominante era o escambo, a troca de uma mercadoria por outra. O regime na verdade era bastante socializado e companheiro. Devido às dificuldades óbvias que tinham em sobreviver, havia um enorme sentimento que a ajuda mútua não era só um dever, mas uma necessidade. Muitos produtos não tinham condições de serem produzidos em tais locais, sendo assim comerciantes dos centros urbanos que começavam a se formar aceitavam os produtos dessas comunidades em troca de outros que necessitassem.

Porém, em algumas épocas, poderia acontecer de algum membro de uma família adoecer, o que causava um grande déficit de produção, podendo levar aquela família a grandes dificuldades.

Para prevenir o agravamento destas dificuldades, os habitantes tinham a seguinte prática. Num determinado local à margem da povoação um tronco escavado era usado para depositar as sobras de produção familiares que se decidia não se comercializar porque não faria falta e não se necessitava.

Assim, os que necessitavam poderiam se dirigir a este tronco à noite, quando ninguém estivesse vendo e retirar do tronco o que necessitasse, quando necessitasse.

Tronco da Solidariedade DeMolay



Hospitaleiro:   

Tendo como a insígnia uma sacola, representativa dos fundos financeiros ou materiais dos DeMolays e fazendo uma alusão ao Tronco da Solidariedade da Idade Média, sempre colocados ao dispor do auxilio mútuo e dos desamparados pela sorte. O hospitaleiro é o emblema da Guarda dos Princípios Sagrados da Fraternidade.O Hospitaleiro é o responsável pela filantropia do Capítulo, e por manter o capituloinformado da sorte e saúde de algum Irmão adoentado. Por tal motivo ele levará consigo a Sacola do Capítulo, com os Fundos necessários a um possível socorro.








Extraído do PED
Programa de Estudos DeMolay
Transcrito pelo DeMolay Miguel Müller

domingo, 3 de junho de 2012

Misticismo: Numerologia na Ordem DeMolay

Numerologia: Você é cético?

Numerologia e Misticismo na Ordem DeMolay
Simbolicamente, os números não são meramente expressões de quantidades. Eles são “Ideias-Forças”, cada um com seu caráter particular. Todos os números derivam do número um, que equivale ao “Ponto Místico não manifestado”. Quanto mais longe estiver um número da unidade, mais estará envolvido na matéria, no processo involutivo chamado “Mundo”. Para os Gregos, os primeiros dez números pertencem ao plano do espírito: são assim considerados entidades, Arquétipos, Símbolos. Os restantes são combinações dos dez primeiros. Os Gregos preocupavam-se muito com o simbolismo dos números. O sábio Pitágoras, por exemplo, dizia: “Tudo no universo está disposto de acordo com os números”. Além do simbolismo básico relacionado com a unidade a multiplicidade, existe também um outro simbolismo geral que atribui aos números ímpares caráter masculino e aos números pares caráter feminino. Notemos que, curiosamente, sendo a Ordem DeMolay uma Organização que congrega rapazes, todos os números de real significação para nós são ímpares: 3, 7, 9, 13, 21 e 23. Torna-se mistério termos em mente que os números, como os símbolos, estão unidos a toda a cadeia simbólica que se encontra e/ou expressa, possuindo também as séries numéricas importante dinamismo simbólico. A ideia de que cada entidade tende a superar seus limites e confrontar-se com o seu oposto. Onde existem dois elementos, o terceiro aparece como a união dos dois primeiros e em seguida o três origina o quatro, como ligação entre os três primeiros. Junto à unidade e à dualidade (expressando conflito e duplicidade), o ternário e o quaternário são considerados os grupos principais; da sua soma surge o setenário e da sua multiplicação o do decanário. O símbolismo mais corrente para esses grupos de números é o seguinte: O temário represente o aspecto intelectual ou a Ordem Espiritual; O quaternário, a Ordem Terrestre e/ou material; o setenário, a Ordem Planetária e Moral; a Ordem Universal. Cada número possui um particular significado simbólico, que está, por sua vez, conectado com a seqüência ou serie numérica. Na Ordem DeMolay, existem determinados números, intrinsecamente ligados ao Ritual, usos e costumes da Ordem, veja-os:

3-Três-
O número três simboliza a síntese espiritual e é a fórmula para a criação de cada de cada um dos Mundos. Representa a Tríade Divina no processo de sua manifestação, a qual tem três atributos básicos: Criação, Conservação e Distribuição. Graficamente, o três é representado em nossos Rituais pelos triângulos formados pelos Oficiais, na abertura e encerramento dos trabalhos e durante a Iniciação... Lembrando que também são os triângulos Símbolos da Maçonaria, de onde originou-se Ordem DeMolay, sendo, sob outro ângulo, Símbolos do respeito, Amor e deferência dos jovens DeMolays para com os Maçons de todo o Universo. Sendo também, o três, um símbolo da Trindade Divina, da Evolução do Espírito e da presença manifestada da “Grande Obra do Construtor dos Mundos”, ele é também representado pelo principais Oficiais de um Capítulo DeMolay: Mestre Conselheiro, 1° Conselheiro e 2° Conselheiro.

*1ª Foto: Santíssima Trindade
**2ª Foto: Triângulo e o Olho de Hórus ou Olho-que-Tudo-Vê introjetado na imagem.

7-Sete-
Produto da união do Ternário (Espiritual) com o quaternário (Material), o número sete é considerado o numero da Ordem Perfeita, representando um ciclo ou período existencial completo. A escala musical tem sete notas, sete são as cores do espectro solar e das Jóias da Coroa da Juventude, sete os chacras principais, sete as Esferas Planetárias Tradicionais, sete são as Virtudes Cardeais da Ordem DeMolay, sete são os dias obrigatórios de comemoração da Ordem e sete são as vezes que tocam os sinos quando os profanos ingressam no Templo para a Iniciação.

Número 7: O Número de Virtudes Cardeais de nossa Ordem.

9-Nove-
É considerado símbolo da humanidade e o número-raiz do presente Estado da Evolução Humana. É o número de Adão. Nove meses tarda o homem para nascer, nove os Antigos Cavaleiros do Templo que encontraram a palavra “Perdida” no templo de Jerusalém, nove os jovens fundadores da Ordem DeMolay em 1919, nove vezes tocam os sinos na Cerimônia das Nove Horas. O nove é o numero sagrado dos Templários, está oculto na idade de Cristo e nos 33 Graus da Maçonaria (no Rito Escocês Antigo e Aceito). Nove é o numero que encerra a série numérica, antes do retorno à unidade. É um símbolo de elevado conhecimento, é o símbolo do Mago, do verdadeiro iniciado que “Retirou o Véu de Isis”.

Os Primeiros DeMolays iniciados em 1919. Eram Nove: Louis Gordon Lower, Ralph Sewell,
Elmer Dorsey, Edmund Marshall, Jerome Jacobson, William Steinhibler, Ivan Bentley, Gorman 
McBride, e Clyde Stream.

13-Treze-
O treze é a união do numero 1 ao numero 3 que, somado cabalisticamente dá o numero 4 que, por sua vez é o símbolo da matéria, por onde inicia-se a jornada mística-iniciatica do aperfeiçoamento. É o número da idade em que qualquer jovem pode solicitar ingresso na Ordem. Afirmam alguns Psicólogos que, a partir dos treze anos, inicia-se a Formação da personalidade do ser humano. É nesta idade que são franqueados os portais da Ordem DeMolay aos jovens. De acordo com o arcano do Tarô, o número 13 simboliza a renovação, a transformação, as mudanças. Em geral ele se refere à luta árdua do cotidiano, passando por um processo de Renovação, mediante o qual é possível alcançar um estado de segurança e autoconfiança.

O Arcano 13, Carta do Tarô, simboliza a Morte em sua forma de fim de ciclo/ínicio de novo ciclo. Renascimento e Renovação.

21-Vinte e Um-
União do numero Dois ao Um, o numero 21, somado cabalisticamente, dá o numero 3, já visto como símbolo do espírito. O numero 21 na Ordem DeMolay é o numero da idade limite de ingresso na Ordem DeMolay. Considera-se, no Plano da Ordem, que o jovem, na idade de 21 anos, já passou por todo o estágio básico de formação de sua personalidade, devendo então ingressar, conforme sua vontade, em outro plano de aprimoramento... É o fim da carreira iniciática na Ordem DeMolay, onde o jovem DeMolay deverá já ter o conhecimento e entendimento de determinadas “Luzes” e verdades espirituais, para empregar em sua vida de cidadão útil à Sociedade e de “Homem Livre e de Bons Costume”.

 Brasão Sênior DeMolay - Denominação atingida quando o DeMolay completa 21 anos

23- Vinte e Três-
Formado pela união do número 2 ao numero 3 encontraremos o número 5. Este é o número do homem. A ideia central do cinco, é a do quinto elemento (a“Quintessência” dos alquimistas) agindo sobre os quatro elementos da matéria. Um outro simbolismo refere-se aos cinco aspectos do ser humano: Físico, Emocional, Mental,Anímico e Consciente. O cinco pode ser representado por uma pirâmide, onde cada uma das bases pode simbolizar uma das áreas do conhecimento humano (Ciência, Religião, Arte) e o ápice, o quinto elemento, seria o “Conhecimento Unificado” ou "Integrado". Contudo,em sua conotação microcósmica (referente ao homem), a mais usada representação do cinco é o pentagrama, ou a estrela de cinco pontas. Sendo então o 5 um símbolo do microcosmo“Homem-  Universo”, é o numero místico dos oficiais (23) de um Capítulo DeMolay que, como microcosmo, possuem a finalidade sagrada de executarem os Rituais da Ordem, interagindo e harmonizando a relação com o macrocosmo (Universo em sua totalidade,simbolizado pelo Templo), como fiéis depositários da Ordem. A ciência e o conhecimento concreto encontram-se também sobre a influência do “Quinto Raio”(corrente de força,proveniente do lagos). Sem que esteja ligado ao Ritual, usos e costumes da Ordem, temos ainda um importante número, ligado à tradição histórica DeMolay, o número 10. Dez, na verdade,foram os fundadores da Ordem DeMolay: os nove irmãos e o querido Tio Frank Sherman Land - Maçom Denodado, Grau 33 e Diretor do Bureau de Serviço Social do Supremo Conselho Mãe do Mundo do Rito Escocês, em 1919. Não estando diretamente ligado ao simbolismo DeMolay temos a audácia de defender a tese de que, na Ordem DeMolay, o dez apresenta-se como uma mensagem, nos legada por nossos antecessores. O dez simboliza o retorno à unidade. Formado pela justa-posição do zero e do um, este número representa a união final e, ao mesmo tempo, o recomeço. Seria este recomeço a reavivamento do ideal e princípios dos antigos Templários em um novo “Exército” de “Jovens Cruzados” na época contemporânea? Seria a união final representada pela fraternidade, com a qual a Ordem DeMolay está impregnando milhões de jovens em 34 Países do Mundo? O numero dez do Tarô é pertinente ao arcano da “Roda da Sorte”, se refere à continuidade do tempo, a repetição e a alternância dos “Ciclos”. Dizia Nostradamus: “O que foi será...” 

Homem-Universo formando o Pentagrama (estrela de 5 pontas). Por isso o número 5 é considerado o Número do Homem.

 Representação dos 5 elementos da matéria, dado pela soma dos algarismos do número 23.
  • Ao verificarmos uma Convenção ou Congresso da Ordem DeMolay visualizaremos quão ampla é a palavra união entre os DeMolays, com a presença de DeMolays das mais remotas e distantes Regiões, pelo simples prazer de estarem juntos. São realmente um grande “Exército” de  “Guerreiros da Paz e do Progresso”. Os Congressos DeMolays nos lembram as antigas legiões romanas, com seus estandartes, fazendo a Glória de um Império, o nosso Império Universal da Fraternidade.


Alan de Macedo Simões
Comissão de Ritualística
Presidente 98/99