Antes de tudo, alguém pare e responda com sinceridade se sabe a real função da cerimônia das 9 horas! Gaste um minutinho de sua vida para refletir, se depois de anos assistindo e mesmo realizando este cerimonial, você de fato sabe qual a sua função. Nossa ordem possui todas as cerimônias principais de uma liturgia, uma para abertura dos trabalhos, outra para o encerramento, um serviço especial para instalação de seus oficiais e é claro as iniciações. Mas a cerimônia das nove horas não serve para nenhum destes propósitos. As reuniões refletem o transcorrer de um dia simbólico e ao se atingir as nove horas da noite, ou em momento alegórico disto soam 9 badaladas. Ali encontramos um momento de “breve intervalo em nossas deliberações”, com o intuito de reunir o capítulo em uma intenção em especial.
Todos os membros são reunidos ao redor do altar dos juramentos, o lugar mais sagrado, o mais puro e elevado de nossas salas capitulares. As luzes são diminuídas, permanecendo acessas apenas nossas 7 chamas, o que por si anuncia que o ato tem caráter religioso. Sim religioso, não dogmático, mas religioso com certeza. O Mestre Conselheiro relembra o significado tradicional do momento e o Capelão conduz todos em uma prece. Evoca o “Pai nosso”, aquele Deus do coração de cada um de nós, de cada compreensão, de cada credo, mas uno em sua natureza, a ouvir nossas suplicas. Reconhece que todos temos o carinho e amabilidade conforme o que nos é merecido e necessário, continua ao invocar a divina proteção não somente aos nossos pais, o que zela pelo nosso bem, mas “para todos os pais e mães de nossa Pátria e de todo o mundo”, crendo que desta forma contribuímos para melhores gerações.
Roga-se ainda pela permanente consciência da nossa condição humana e irmã, tendo em mente a constante necessidade de auxiliar aqueles que estejam menos favorecidos, e ainda mais; a sentir a verdadeira gratificação pessoal ao com alegria servir. Rogamos as bençãos cósmicas aos que laborando edificam nossa sociedade e dignificam seus espíritos. Pedimos a calma e a serenidade aqueles que sofrem suas provações, para que possam suporta-las, e compreender a sublime arquitetura divina. Rogamos ao Altíssimo que ampare os que estejam necessitados, aqueles que estão em perigo e clamam por socorro. Pedimos força, para que nós mesmos consigamos cumprir com nossos votos, e possamos viver com retidão. Reconhecemos que muitos antes de nós serviram, e sacrificaram-se por nossa nação, pelo nosso povo, e por tudo o que valorizamos, e a eles também rogamos as graças celestes.
Mais do que uma belíssima oração, a “Interpolazione delle ore nove” como dizem nossos irmãos italianos, é um momento de contato com nossa egrégora espiritual. Onde invocamos as antigas fileiras a conosco vibrarem nossas intenções. Onde suplicamos o amparo aos de nosso circulo, e a todos os que prezamos, mas também a todas as formas de vida. Harmonizamos nossos seres, e nossa ordem como um todo com a criação divina. Nos tornamos engrenagens operantes no plano da evolução, e colaboramos para o alvorecer de uma nova era. A cada realização desta ilustre cerimônia devemos dedicar nossas devoções com sinceridade e pureza, rogando as bençãos aos de nossa estima, pois verdadeiramente eles as receberão, cumprindo a lei da vibroturgia universal.
Irmão Matheus Noronha, ex-MCE/RS e ex-MCNAdj. Atual Presidente da Comissão de Treinamento do SCODB
Foto da reunião publica dos 25 anos, Jubileu de Prata do capitulo Jorge Teixeira nº56 (Porto Velho- Rondônia)
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