sexta-feira, 6 de abril de 2012

Curiosidade: Nine O'clock Interpolation


Que nossa magnifica Ordem DeMolay possuí um belo ritual todos sabemos, da mesma maneira que ele é singular em sua concepção e prática. Dentre tantos detalhes devemos ressaltar não somente a forma como realizamos, o que incorporamos de outros ritos e instituições ou mesmo criamos, mas também devemos estudar aquilo que somente nós realizamos, ou que realizamos de uma maneira realmente nova. Assim podemos tomar como um ótimo exemplo uma cerimônia nomeada como “Nine O'clock Interpolation” ou Interlúdio das 9 horas.


Antes de tudo, alguém pare e responda com sinceridade se sabe a real função da cerimônia das 9 horas! Gaste um minutinho de sua vida para refletir, se depois de anos assistindo e mesmo realizando este cerimonial, você de fato sabe qual a sua função. Nossa ordem possui todas as cerimônias principais de uma liturgia, uma para abertura dos trabalhos, outra para o encerramento, um serviço especial para instalação de seus oficiais e é claro as iniciações. Mas a cerimônia das nove horas não serve para nenhum destes propósitos. As reuniões refletem o transcorrer de um dia simbólico e ao se atingir as nove horas da noite, ou em momento alegórico disto soam 9 badaladas. Ali encontramos um momento de “breve intervalo em nossas deliberações”, com o intuito de reunir o capítulo em uma intenção em especial.


Todos os membros são reunidos ao redor do altar dos juramentos, o lugar mais sagrado, o mais puro e elevado de nossas salas capitulares. As luzes são diminuídas, permanecendo acessas apenas nossas 7 chamas, o que por si anuncia que o ato tem caráter religioso. Sim religioso, não dogmático, mas religioso com certeza. O Mestre Conselheiro relembra o significado tradicional do momento e o Capelão conduz todos em uma prece. Evoca o “Pai nosso”, aquele Deus do coração de cada um de nós, de cada compreensão, de cada credo, mas uno em sua natureza, a ouvir nossas suplicas. Reconhece que todos temos o carinho e amabilidade conforme o que nos é merecido e necessário, continua ao invocar a divina proteção não somente aos nossos pais, o que zela pelo nosso bem, mas “para todos os pais e mães de nossa Pátria e de todo o mundo”, crendo que desta forma contribuímos para melhores gerações.


Roga-se ainda pela permanente consciência da nossa condição humana e irmã, tendo em mente a constante necessidade de auxiliar aqueles que estejam menos favorecidos, e ainda mais; a sentir a verdadeira gratificação pessoal ao com alegria servir. Rogamos as bençãos cósmicas aos que laborando edificam nossa sociedade e dignificam seus espíritos. Pedimos a calma e a serenidade aqueles que sofrem suas provações, para que possam suporta-las, e compreender a sublime arquitetura divina. Rogamos ao Altíssimo que ampare os que estejam necessitados, aqueles que estão em perigo e clamam por socorro. Pedimos força, para que nós mesmos consigamos cumprir com nossos votos, e possamos viver com retidão. Reconhecemos que muitos antes de nós serviram, e sacrificaram-se por nossa nação, pelo nosso povo, e por tudo o que valorizamos, e a eles também rogamos as graças celestes.


Mais do que uma belíssima oração, a “Interpolazione delle ore nove” como dizem nossos irmãos italianos, é um momento de contato com nossa egrégora espiritual. Onde invocamos as antigas fileiras a conosco vibrarem nossas intenções. Onde suplicamos o amparo aos de nosso circulo, e a todos os que prezamos, mas também a todas as formas de vida. Harmonizamos nossos seres, e nossa ordem como um todo com a criação divina. Nos tornamos engrenagens operantes no plano da evolução, e colaboramos para o alvorecer de uma nova era. A cada realização desta ilustre cerimônia devemos dedicar nossas devoções com sinceridade e pureza, rogando as bençãos aos de nossa estima, pois verdadeiramente eles as receberão, cumprindo a lei da vibroturgia universal.


Irmão Matheus Noronha, ex-MCE/RS e ex-MCNAdj. Atual Presidente da Comissão de Treinamento do SCODB

Um comentário:

  1. Foto da reunião publica dos 25 anos, Jubileu de Prata do capitulo Jorge Teixeira nº56 (Porto Velho- Rondônia)

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