...a ingratidão é a pior delas...
Sete Lagoas apresenta um futuro preocupante quando o assunto é a disponibilidade hídrica. Já existem bairros com falta de água constante, e a demanda, devido ao aumento da população, já preocupa as autoridades. Uma das alternativas mais cotadas é trazer diretamente do Rio das Velhas, água, que será tratada e distribuída em toda a cidade.
Um projeto audacioso e multimilionário, que alguns dizem ser a solução dos nossos problemas. Por trás dessa maravilha, os setelagoanos se esquecem da retribuição ingrata que a cidade faz ao Rio das Velhas.
O rio recebe diariamente uma quantidade enorme de esgoto doméstico e industrial de Sete Lagoas, a mesma cidade que pretende retirar em um ponto mais acima e evidentemente mais limpo, sua água.
Uma retribuição um tanto quanto ingrata e indigna. Sete Lagoa ainda é uma cidade que não trata as águas que são lançadas no ribeirão Jequitibá, que desagua posteriormente no Rio das Velhas, sendo portanto, uma das cidades que mais polui o mesmo. Seria justo, e de valor moral, que a cidade que almeja o bem natural que o rio fornece, retribuísse de forma também moralmente correta e digna. Além de não poluir suas águas, a cidade poderia usar sua influência regional e abraçar a causa da preservação do Rio das Velhas com uma política que ultrapassasse fronteiras.
Entretanto, estamos estagnados. Esquecemos de nossas responsabilidades e nada está sendo feito para consertar o estrago de décadas de omissão.
Não. A responsabilidade não é só dos governantes. A população pode minimizar o estrago sendo educada e não jogando lixo nas ruas e córregos que cortam a cidade. Das ruas para os bueiros, dos bueiros para os córregos e dos córregos para o rio... Trajeto do lixo originário da falta de educação das pessoas e que pode ser evitado.
Enfim, um conjunto de fatores atestam nosso estado vergonhoso frente a situação. Um misto de incompetência, inércia e inconseqüência que resultam em conseqüências drásticas e nesse aspecto, nos mostra a face ingrata e desrespeitosa da cidade com o rio e sua biodiversidade.
Lixo jogado por transeuntes na Rua Coronel Américo Teixeira Guimarães, e acumulado no fundo do bueiro.
Local a menos de 50m do Córrego do Diogo – Sete Lagoas/MG
Nas setas em destaque: poluição lançada no curso d’água.
Córrego da Várzea: no bairro de mesmo nome, esse córrego apresenta poluição intensa e lixo lançado pelos moradores, como aponta as setas em destaque.
Encontro dos Córregos do Diogo e Várzea. Nas setas em vermelho, poluição e até um cavalo no leito poluído. Ao lado, recorte do Google Mapas que detalha o encontro dos dois córregos, ambos com poluição exorbitante.
Texto e *Imagens: Saulo Junior
Saulo Junior é Sênior DeMolay e Estudante Pré-Universitário
*Última imagem: Google Mapas
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