Todos aqueles
que se julgam Demolays, tem conhecimento de uma importante virtude,
representada pela sétima vela, o patriotismo. Portanto, é dever desses exercer
o seu papel de cidadão e ter o conhecimento básico sobre os símbolos da nação.
Um importante símbolo – talvez o mais conhecido – é o Hino Nacional, criado por
Joaquim Osório Duque Estrada. A letra é muito bonita, porém, apesar de muitos
conseguirem proclamá-lo sem erros, boa parte das pessoas não entendem o sentido
de suas frases. O autor Wayne Tobelem dos Santos explicou muito bem uma das
maiores riquezas da nação.
1. Ouviram do Ipiranga às margens
plácidas
De um povo heróico o brado retumbante
De um povo heróico o brado retumbante
Poderíamos parafrasear (escrever de outra forma)
este verso assim: As margens calmas do rio Ipiranga ouviram o grito estrondoso
de um herói (Dom Pedro I), que representava todo o povo brasileiro.
2. E o sol da liberdade em raios
fúlgidos
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Fúlgido significa brilhante.
Mas não dava prá dizer: "raios brilhantes
brilhavam" porque iria parecer repetitivo e pobre. O grito de
"Independência ou Morte" transformava uma nação colonial, dependente
de Portugal, em um novo país autônomo e livre. Duque Estrada compara a liberdade
a um sol brilhante que ilumina o céu (Pátria), antes obscurecida pelo
colonialismo.
3. Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Agora que o povo brasileiro conquistou seu passe
para a liberdade, através de sua força e coragem, inspirado nesta nova
liberdade não hesitará em enfrentar a própria morte (isto é, se tiver de lutar
e morrer, o povo não sentirá medo). A frase pode ser reescrita assim: através
de nossa coragem conquistamos uma igualdade de condição com quem antes era
nosso colonizador e, para manter esta situação de liberdade, estamos prontos a
sacrificar a própria vida.
4. Ó Pátria Amada,
Idolatrada
Salve! salve!
Idolatrada
Salve! salve!
Idolatrar é transformar algo ou alguém em ídolo,
como se costuma fazer com artistas de modo geral. Salve equivale a uma
saudação. Originalmente se dizia; "Deus te salve!".
5. Brasil, um sonho intenso, um raio
vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu risonho e límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece!
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu risonho e límpido
A imagem do Cruzeiro resplandece!
Aqui o poeta compara o Brasil a um sonho
intenso, porque ainda tem muito a realizar. Sabe-se que o Cruzeiro do Sul é uma
constelação que aparece no céu do Brasil. Ela tem a forma de cruz, que nos
lembra Jesus Cristo e as práticas cristãs. Portanto, vamos refazer os versos
para entender o sentido: O Brasil é como um sonho intenso e, já que em nosso
céu límpido a cruz de Cristo resplandece, desta cruz desce um raio brilhante
que ilumina o Brasil. Ou seja, o Brasil está sob o amparo e a proteção de
Cristo.
6. Gigante pela própria natureza
Es belo, és forte impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Es belo, és forte impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Se você olhar o mapa mundial, vai notar que o
Brasil é o quinto maior país do mundo.
Se reescrevermos a frase, ficaria:
Tu (Brasil), és belo, forte e, graças ao tamanho imenso que a natureza te deu,
não tens medo de nada. Além disso, a tua grandeza de hoje vai se revelar no
futuro.
7. Terra adorada, entre outras mil,
És tu Brasil, ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
És tu Brasil, ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
Este trecho é mais fácil de se entender, embora
também utilize algumas inversões:
Brasil, tu és nossa terra adorada e te
escolhemos entre outras mil terras; tu és nossa pátria amada, mãe gentil (carinhosa)
dos filhos deste solo (de nós, brasileiros).
8. Deitado eternamente em berço
esplêndido
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
A idéia que Duque Estrada quer transmitir é a de
que a localização geográfica do Brasil é mesmo muito privilegiada: as
montanhas, as matas, os rios, toda a natureza formam a imagem de um berço (um
imenso país recém-nascido).
"Ao som do mar", porque temos um litoral
vasto com belíssimas praias; "e à luz do céu profundo", isto é,
ensolarado, típico dos trópicos.
O "sol do Novo Mundo" coloca o Brasil
mais uma vez como uma nação jovem e promissora. O velho mundo (Europa)
conquistou e colonizou o novo mundo (América).
9. Do que a terra mais garrida
Teus risonhos lindos campos têm mais flores,
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio, "mais amores".
Garrida é colorida, alegre, vistosa.
Teus risonhos lindos campos têm mais flores,
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio, "mais amores".
Garrida é colorida, alegre, vistosa.
Teus risonhos lindos campos têm
mais flores do que a terra mais garrida (vistosa). Ou seja, nossa natureza é
mais colorida e bela que a de outras terras.
Nossos bosques têm mais vida (mais beleza e
vitalidade).
Nossa vida, em teu seio (dentro de ti, Brasil),
mais amores.
Equivale a dizer que nós, brasileiros, por vivermos
no Brasil, somos mais capazes de amar.
As aspas são usadas, pois representam citações
dos versos de Gonçalves Dias em "Canção do Exílio".
10. "Ó Pátria amada,
Idolatrada
Salve! Salve!
Idolatrada
Salve! Salve!
Idolatrar é transformar algo ou alguém em ídolo,
como se costuma fazer com artistas de modo geral.
Salve equivale a uma saudação. Originalmente se
dizia: "Deus te salve!"
11. Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado
O lábaro que ostentas estrelado
Um lábaro era um estandarte muito usado pelos
romanos e aqui está representado por nossa bandeira, repleta de estrelas; e
deseja que ele represente o amor eterno.
O poeta está tentando dizer: tomara que as
estrelas da tua bandeira sejam símbolo de amor eterno.
12. E diga ao verde-louro desta flâmula
Paz no futuro e glória no passado.
Paz no futuro e glória no passado.
Flâmula aqui é sinônimo de bandeira. O louro é
uma planta que simboliza poder e glória. Mais uma vez, vamos olhar para a
bandeira. Duque Estrada torce para que o louro da bandeira simbolize um poder
que venceu batalhas gloriosas no passado, quando isso foi necessário para se
conseguir a independência, mas só deseja paz daquele momento em diante, pois o
verde, além da esperança, também simboliza a paz.
13. Mas se ergues da justiça a clava
forte
Verás que o filho teu não foge à luta,
Nem teme quem te adora a própria morte.
Verás que o filho teu não foge à luta,
Nem teme quem te adora a própria morte.
Clava é um pedaço de pau pesado usado como arma. Vimos
que, no verso anterior, o poeta sonha com a paz no futuro. De repente,
entretanto, este verso diz: mas se ergues (levantas) a clava forte da justiça,
ou seja, se o país tiver de lutar contra a injustiça, verás que um brasileiro
(filho teu) não foge à luta (enfrenta a guerra).
E quem te adora não teme nem a própria morte,
quer dizer, os brasileiros adoram tanto o seu país que seriam capazes de
sacrificar suas próprias vidas para defendê-lo.
14. Terra adorada, entre outras mil,
És tu, Brasil, ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria Amada, Brasil!
És tu, Brasil, ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria Amada, Brasil!
Este trecho é mais fácil de se entender, embora
também utilize algumas inversões: Brasil, tu és nossa terra adorada e te
escolhemos entre outras mil terras; tu és nossa pátria amada, mãe gentil
(carinhosa) dos filhos deste solo (de nós, brasileiros).
Fonte: Wayne Tobelem dos Santos
[adaptado]
DINIZ, Patrick. Estudante e membro deste capítulo.